O patético "homem da cara fechada” em uma balada liberal!
Casa de swing: um templo de celebração dos desejos, um oásis de mentes abertas, um buffet livre de fantasias, mesmo que fiquem só na imaginação! Dentro desse ambiente, você encontra a incoerência ambulante: o homem de cara amarrada.
Com sua mandíbula travada e olhar de perdedor ali está ele, em um ambiente que deveria ser o ápice da descontração e da gentileza, parecendo que chupou um limão estragado e descobriu que o bar não vende antiácido. Sua presença é um monumento à contradição.
A impressão que fica é cristalina: o cara está se borrando de medo. Medo que outro homem olhe para a sua mulher e a ache atraente. E o pavor supremo: medo que ela possa corresponder alguém com um simples sorriso.
Então, para esconder esse sentimento, veste a máscara do “macho protetor”, quando na realidade, tudo que demonstra é ser um abobado infeliz no meio de um parque de diversões para adultos de verdade!
E a hipocrisia vem como cereja no seu bolo de amargura: enquanto sua mulher está proibida até de ter contato visual com o resto do salão, seus olhos de predador fajuto passeiam livres, leves e soltos.
Se sente no direito de avaliar, cobiçar e até dar aquele aceno para a mulher dos outros, como um sultão de araque escolhendo mercadorias. A regra no seu manual de perdedor é clara: a mulher de todo mundo é pública, a dele é um segredo de Estado.
Se todos pensassem como esse tipo de homem, o que aconteceria? Absolutamente nada. As casas de swing se transformariam em salas de espera de dentista, com casais sentados a dois metros de distância, em silêncio constrangedor, esperando um tratamento de canal terrível.
Sua “esperteza” é a ruína do ambiente. Ele não está jogando um jogo de mestre: está chutando o tabuleiro, apenas porque não garante a própria vitória.
Entendam: cara fechada apenas grita insegurança. Ela diz “sou tão frágil que um sorriso pode me quebrar”.
Para você, o cara azedo, um conselho: ou você entende que a base do meio liberal é a confiança, a alegria e a interação, e arranca essa máscara de sofrimento do rosto, ou faça um favor a todos, inclusive à mulher que você arrastou junto – e fique em casa.
Cada parágrafo do que foi dito aqui vale também para mulheres, com as devidas equivalências. Usei o exemplo do homem por que é o que mais ocorre.
Peter Leal, pensador livre.
